Ela subiu no palco com seu vestido vermelho. Ele está sentado ali com outra, mas ela sabe que ele a reconheceu e tentou disfarçar a surpresa.
Ela pega o microfone e aquele som de fundo de karaokê começa, apesar de conhecer a música ele não sabe bem qual é, mas não demora muito pra entender o que ela queria dizer através da mesma:
(...)
“...Não espere nem mais, nem menos que isso. Realmente não cabe mais sermos somente amigos.”
Assim que ele levantou os olhos para a mesa seis para fitar a moça de vermelho - a sua moça de vermelho - reparou que ela estava pagando a conta, apenas uma caipinha, e ao mesmo tempo a sua oficial estava voltando do toilet – achou engraçado pensar em oficial, dava duplo sentido até nos seus pensamentos já que oficial também lembrava alguém superior no exército, e ultimamente seu namoro era um campo de batalha. Enfiou o guardanapo no bolso disfarçadamente.
(...)
Chegando em casa, deu um jeito de ficar sozinho para ler o papel mais uma vez antes de jogá-lo fora. Definitivamente seria a terceira guerra mundial se a Oficial desse por conta de alguma coisa assim em suas mãos. Mas ao desdobrar o papel, viu que no meio dele havia outro, totalmente em branco. “Ela adora os clássicos”. Ela ainda devia assistir filmes a lá CSI e FBI e um papel em branco só poderia dizer uma coisa: Suco de limão. A caipirinha, claro!
A Oficial tinha acabado de ligar o chuveiro, o que dava a ele exatamente 27 minutos de folga. Cuidadosamente pegou uma vela na terceira gaveta da cozinha, e uma caixa de fósforos. Foi até o quintal e deu uma olhada no relógio, 23 minutos. Acendeu a vela, deixou um pouco da parafina cair sobre o chão iluminado pela luz do luar e fixou-a no piso. Ansioso em saber o recado oculto e achando um pouco de graça na brincadeira de detetive começou a passar cuidadosamente o papel pela chama e, como esperava, palavras com aquela caligrafia já conhecida começaram a surgir:
“Você não está jogando xadrez, está apenas empurrando peças. Quack!”
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