segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Sobre interpretações e decepções
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Sempre acaba...
Chega. Não dá mais. Eu tentei, nós tentamos. Mas já chegou a um ponto que não tem mais pra onde fugir a não ser admitir que é o fim. Eu sei que no começo você era meu melhor amigo, a gente se falava todo dia e mesmo assim não era suficiente. No começo cada novidade era uma descoberta incrível, cada música nova, cada pessoa nova. Mas com o tempo nós dois acabamos nos desinteressando pelas novidades um do outro. E eu não posso dizer que não sei como isso aconteceu. Eu sei. Nós amadurecemos, tomamos rumos diferentes na vida, talvez nem tanto, mas que nos consomem tempo de formas distintas. Pessoas novas foram aparecendo nas nossas vidas e dia após dias foram preenchendo um espaço que antes era só seu... Vários espaços. Sempre que você ou eu não tínhamos tempo, outras pessoas nos deram colo, atenção. E com o tempo, simplesmente, um não sente mais falta do outro. Não há mais aquela “primeira opção”, aquela vontade de contar que o cachorro da vizinha foi pintado de rosa, que aquela menina insuportável tomou aquele tombo fenomenal no meio da rua. Essas besteirinhas que tornavam a amizade tão essencial e tão necessária foram distribuídas para outras pessoas. Isso não quer dizer que eu não pense mais em você, e nem você em mim. Isso quer dizer que tudo que restou foi uma consideração, um carinho enorme que é despertado quando nós nos encontramos ao acaso, ou quando dá tempo.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Sobre janelas e despedidas
Na cômoda haviam vários presentes de amigos, distantes ou não, mas todos especiais á sua maneira, cada um essencial e importante de um jeito só dele. Sentia não poder levar todas suas lembranças materiais na mala já lotada de saudades, mas estava levando no bolso cada carinho e momentos que seleram a verdadeira amizade.
Tomou fôlego e suspirou, estava tão cansada quanto alguém que tinha acabado de correr uma maratona. Pensar e sentir também cansa. Levantou e olhou pela janela... Aquela janela. Estremeceu antes de andaar até ela, que por sua vez estava apenas com uma frestinha entreaberta, o que permitia a entrada do vento e o sacudir das cortinas.
Mais uma vez a janela lhe chamava, mas agora ela estava mais confiante. Era um chamado diferente dos outros, o aroma das flores não era mais o mesmo. Era misterioso e desafiador.
Ela deixou a insegurança de lado e andou até ela, empurrou as cortinas e a abriu a janela sem pensar duas vezes. Não havia mais medo, havia desejo de descobrir o que havia além daquele cenário, como seriam os campos além do horizonte. Aquele cheiro que tinha um tom desafiador de fato não era dali, vinha de longe e a envolvia, seduzia e embalava, convidando-a a conhecer suas flores e frutos.
Fechou os olhos por alguns segundos para sentir o Sol tocar sua pele. Era acolhedor, mas já não a satisfazia mais.
Deixou a tão conhecida janela aberta, pegou a passagem para João Pessoa, as malas o sorriso e, com coragem, deixou o quarto rumo aos novos desafios de abrir janelas e cortinas, mas com aquele aperto da saudade daqueles que ela carrega sempre na mente, no coração e junto de si.