"A Matemática pura é, à sua maneira, a poesia das idéias lógicas.” (Einstein)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Baby you can drive my car...


É sério, você pode me dirigir meu carro, por que se você não o fizer ele vai ficar trancado na garagem. Morro de medo de dirigir.

Nessa cidade maluca chamada São Paulo, que de santa não tem nada, ninguém sabe ao certo pra onde ir, a hora de dar seta ou dar ré. Estão todos perdidos, decidindo de última hora se é direita ou esquerda. E eu juro que não tenho bola de cristal pra adivinhar.

Aqui 40km/h é buzinada na orelha. Para os mais estressadinhos: um retrovisor a menos e um orçamento a mais. Tudo tem que ser rápido, eficiente e do jeito que cada indivíduo quer. Ou seja, a somatória das ruas esburacadas de São Paulo com os motoristas individualitas munidos dos seus respectivos automóveis resultam na materialização do CAOS.

Eu gosto mesmo é da estrada, vento no rosto, quebra da rotina. Ainda pego meu carro e um amigo com carta (que não tenha medo de dirigir) e vou estrada a fora, sem destino. Posso ter medo de dirigir, mas não tenho medo do desconhecido.


terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Crônica - Onde foi que te perdi?

Onde foi que a gente se perdeu pela primeira vez? Quando foi que eu comecei a duvidar das suas palavras e constantemente sentir medo de te perder, enquanto eu já sabia que estava te perdendo aos poucos? Em que esquina caiu o primeiro pedaço do nosso amor que desencadeou uma avalanche de desentendimentos, brigas e lágrimas?

Queria saber quando exatamente a parábola começou a descer. Talvez eu pudesse voltar no tempo e mudar alguma variável. Talvez ...

Queria saber quando você olhou pra primeira vez pra mim com pena, ao invés de carinho e preocupação. E queria lembrar quando foi a primeira vez que eu olhei pra você com desespero ao invés de saudades.

Só sei, com toda precisão desse mundo, onde, como e onde foram enterrados nossos planos, nossas juras e nossas promessas de “pra sempre”. Sei exatamente onde foi rasgada aquela certidão de nascimento do Arthur e onde foi parar aquela aliança de noivado, a casa azul com sacadas e aquela mobília cinza e preta da sala. Tudo isso foi parar na minha caixinha de sonhos deixados para trás, de futuros mal começados e muito bem terminados.

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If Only - Hanson

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Wake up!

Hey, psiu! Acorda... Levanta dessa cama. Engole o choro, lava o rosto e se troca. Amanhã é um novo dia e o mundo não vai parar para que você se reerguer e se sentir melhor. As coisas não funcionam assim. Se as coisas não deram certo hoje é porque ele é um viadinho de merda e ela é uma vaca. Você supera. Sempre superou.

Qual, é? Vai desistir agora? Entregar o jogo? Na-na-ni-na-não! Olha lá, aquele invejoso tá dançando pra vc "pó pó pó, quem é o frango?". Vai deixar barato?

Nem sempre tudo dá certo na vida, e são de momentos de dificuldades que tiramos lições de paciência e persistência. Nada "não tem mais jeito" até você vestir o paletó de madeira. Vamos, simbora! Levanta essa cabeça e comece tudo de novo, como se fosse a primeira vez. Nada está perdido.

- Ok, agora eu preciso acreditar nas coisas que eu escrevo.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O amigo oculto

O título pode sugerir aquela coisa toda de final de ano, onde sorteiam-se papéis dobrados com nomes dentro e cada um dá um presente para o tal amigo secreto. Não é bem esse o tema que eu queria abordar hoje, embora ainda não saiba o que comprar para o meu amigo secreto do final de ano dos Barias.

Queria agradecer aos amigos ocultos que aparecem na minha vida, aqueles que por muitas vezes já estavam presentes na minha vida, mas eu demorei muito para deixar que eles entrassem e me presenteassem com o prazer da sua amizade. E é engraçado como eles sempre aparecem em momentos de dificuldades: O amor platônico do colegial, a demorada volta de ônibus elétrico pra casa, as madrugadas solitárias no MSN, o término de namoro... as provas da faculdade!

Por mais que a situação seja difícil – cada uma ao seu tempo e à sua maturidade – sempre surge algo bom, sempre que uma porta é fechada, abrem-se janelas e portas diversas. Cabe a nós deixar que o vento bata e tire a poeira dos tapetes e das cortinas para novas experiências e amizade. Cabe a nós nos permitir olhar em volta para constatar que há muita gente especial nesse mundo, e que nós só precisamos dar a oportunidade para que elas apareçam na nossa vida.

Ter um amigo por perto é muito bom, mas ter pessoas que não têm esse “dever” de amigo por perto quando você precisa é tão bom quanto. Não menosprezando os amigos que estão sempre ali, muito pelo contrário... Por que com eles eu sei – sempre soube - que posso contar pra tudo e “pra quando” for necessário. Mas essas novas amizades... essa surpresa de poder contar também com que você não esperava faz muito bem! Obrigada por colocarem mais cores no meu dia, mais sorrisos e até mais conhecimento tão espontâneamente quanto surgiu meu carinho por vocês.

Essa é a melhor forma que eu sei agradecer... escrevendo. Não é suficiente e nem deve expressar o quanto me faz bem, mas é o que temos pra hoje ;)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Não leia, não tem sentido algum

Ela sabia que mais cedo ou mais tarde ela ia ter que sentar na frente do espelho e ter aquela conversa meio autista com o "eu interior" para entender o que realmente estava acontecendo. Talvez ela simplesmente tivesse medo de dizer sim para aquele anjinho que lança flechas com um coração na ponta, ela estava com medo de aceitar que ele a acertara - de novo - e novamente para a pessoa errada.

Talvez quando o Cupido lance flechas você esteja piscando - considerando que a flecha à atinja em fração de segundos - e quando ela abre os olhos, começa a se interessar pelo primeiro cara errada que aparece na sua frente. O por que essa teoria toda a fazia lembrar de um dragãozinho saindo do ovo falando mamãe para a primeira criatura que avistava, ela não tinha a menor idéia. Resolveu afastar o pensamento dos dragões filhos de mãe solteira.

O fato era que - não pera, por que raios dragões?. (...) O fato era que estava acontecendo de novo. Mas e daí? Sempre acontece, é só mais um. E mais um que ela sabe que é errado, e nada a ver, e estranho e .. anyway. Não, na verdade ela não sabe... Só queria acreditar pra se livrar desses pensamentos malucos e sem sentido.

E o "parmera" ?

domingo, 28 de novembro de 2010

Me leva



Não quero saber pra onde, não quero saber como. Só tem que ser agora.

Me leva pra bem longe daqui, pra longe dos meus problemas, das minhas inseguraças, das minhas lembranças... Só me leva.
Eu posso mal te conhecer, mas sei que qualquer lugar é melhor que essa solidão. Qualquer pessoa, qualquer gota de cor-de-rosa é melhor que esse preto e branco.

Já comecei a descascar meu esmalte, a roer as unhas. Estou inquieta. Por favor, me tire daqui!

Será que você não percebe o desespero na minha voz? Será que você não percebe que essa escuridão está me engolindo, me apagando aos poucos?

Não vá embora agora, não me deixe aqui. E se tiver mesmo que ir, me leva?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Parando pra pensar

Talvez seja mal de libriano pensar demais e (tentar) analisar todas as hipótes e rotas. Tá, a palavra rotas me lembra dolorosamente "rotas sintéticas" que me lembra da minha prova de Orgânica 2. Vamos mudar a abordagem.

Eu realmente tenho medo quando começo a pensar nas possibilidades que vejo, e tenho certeza que tenho aquele famoso "dedo podre" por que eu sempre olho as rot... alternativas mais bizarras e no sense que eu poderia enxergar.

O fato é que chamou minha atenção? O que posso fazer?

Estava ali o tempo todo, quietinho no cantinho dele - quietinho não é a melhor palavra - mas enfim... Sabe quando você pára, entorta a cabeça pra olhar de outro ângulo, analisar e solta aquele: "É...interesante, quem sabe?"

- Não, não, não! Não vai dar certo por N motivos que eu poderia listar por ordem alfabética, começando pelo fato de que ele não está disponível no mercado. E que saco Tati! Muda o disco, você não sabe escrever sobre outra coisa?

- Saber eu até sei e aceito sugestões, mas não dispertará essa vontade de escrever como esse tipo de assunto.

sábado, 20 de novembro de 2010

Só hoje

Hoje eu não vou tomar meu remédio pra anemia.
Não vou pra farra, muito menos pra folia.
Hoje, não quero saber de academia
Só casa, sofá, filmes e minha melancolia.

Eu quero me acabar aos prantos
quero gritar ao mundo e aos quatro cantos
Tentar rezar para todos os santos

Quero correr pro seu abraço
me fazer em pedaços
Quero que meu coração pare de bater
de contorcer e de se remoer

Por que sem você não há rima
Não há planos pro futuro,
não há lógica, não há vontade.

Não tem um amanhã, nem depois, depois ...


sábado, 13 de novembro de 2010

Indiferença. Onde vende?

Queria saber aonde se vende indiferença, aonde certas pessoas tem o botão “del” pra ver se o meu também não está por ali. Também queria saber onde compra o sorriso e a conversa fiada pra usar quando você não vai com a cara de alguém e tem de usar da boa educação que mamãe lhe deu. Pra mim isso não passa da mais pura falsidade, mas...

Eu queria saber não me importar. Passar reto e não apenas fingir que não ligo, mas realmente sentir que não faz mais diferença, que na verdade nunca fez mesmo. Queria que quando meu telefone tocasse meu coração não acelerasse, que quando eu sentisse aquele perfume eu não virasse o pescoço pra saber quem é. Eu queria que minha “memória sentimental” fosse tão ruim quanto à auditiva.

Não é possível que todo mundo leve isso na maior naturalidade, que a resposta de uma equação linear tenha mais de uma resposta para duas pessoas. Talvez seja por isso que, as vezes, o mundo das exatas seja tão mais simples (Química Orgânica não é exatas). Por mais que eu não entenda alguma coisa, tem sempre alguém que entende (geralmente meu professor de FT) e pode me explicar. Mas se eu não entender Ele ou ela, ninguém nesse mundo vai me fazer entender.

Talvez seja esse o problema: pensar demais, querer entender tudo. Ter esse pezinho em história que não me deixa esquecer nada, nenhum detalhe – detalhes visuais por que, como eu disse antes, minha memória auditiva é péssima.

Se eu não posso comprar indiferença, talvez eu possa vender saudades e vontades.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Diário de um amargurado

Eu sou o emprego que eu não consegui, sou o beijo que pensei em roubar e não tive coragem. Sou o primeiro Amor jogado ao vento que simplesmente era pouco e se acabou, sou todos os “não” que levei em troca das minhas tentativas de dar um fim na solidão. Eu sou a personificação da solidão.

A mensagem de bom dia que nunca foi mandada, eu sou a espera de dias melhores que nunca chega, as notas vermelhas do meu boletim, sou o vestibular que eu não passei porque não era inteligente o suficiente.

Sou o coração partido quando vi minha menina com o Ricardão da escola, quando vi o amor da minha vida com a minha melhor amiga, eu sou a angústia que brotou da descoberta de uma amizade falsa, eu sou a vergonha de sentir usado por alguém.

A saudade de quem nem lembra seu nome, a sensação de inferioridade quando alguém consegue algo que eu queria, eu sou a inveja da sua nova namorada, eu sou a vontade de estar no seu banco do passageiro.

Eu sou aquele que espia enquanto ele te pega em casa, sou o garçom que serve o vinho para a moça que devia ser minha e está com outro. Eu sou a música que você fez pra ela e não pra mim.

O pedido de volta negado, sou a aliança com o nome errado, sou o pai do filho que deveria... que eu gostaria que fosse ... meu e seu.

O azar de um espelho quebrado, a lei de Murphy quando se está atrasado, a carta que nunca chegou ao remetente, a briga com o irmão mais novo por causa do carrinho vermelho.

domingo, 31 de outubro de 2010

Crônicas:A mais pura verdade - Metrô e entrevista com o RH

Eduardo estava de saco cheio de fazer dinâmica e entrevistas. Particulamente ele detestava sentir avaliado, e quando aquelas pessoas do RH ficavam fazendo anotações sobre ele. Ele nunca conseguia dormir bem na noite anterior pensando qual seria o case chato que ele teria que ler na manhã seguinte em 3,5 minutos e tentar convencer as outras pessoas - que nunca tinha visto na vida - que a idéia delas era uma bosta. Não que ele fosse um gênio, mas ele já vira cada pessoa em entrevistas que "pela santa madrugada".

E lá foi ele, acordar a 5h da manhã numa sexta feira chuvosa e fria para mais uma dessas entrevistas chatas. Ele já estava tão de saco cheio que hoje resolvera adotar o "que seja!". Saiu de casa as 5h 30min, pegou um ônibus até o Metrô Belém, e ficou aguardando pacientemente até virar sardinha enlatada na estação Brás. Eduardo tinha uma teoria: na estação Brás os seres humanos pareciam bois selvagens que foram colocados a pouco tempo entre cercas e não viam a hora de abrir a porteira. Mesmo se esforçando para pensar onde existiram bois selvagens hoje em dia, ele achou que esse adjetivo não poderia faltar para descrever aquelas pessoas. Enfim, depois de comprovar que 10 corpos podem ocupar o mesmo lugar no espaço, o trem finalmente chegou à estação Sé. Aquela estão era a personificação do Caos. E claro que, pela lei de Murphy, ele não ia descer lá, pelo menos era o que ele tentava dizer paras as pessoas quando estas o empurravam em direção a porta. Por fim as portas se fecharam e ele conseguiu se manter dentro do trem, tudo isso para descer na próxima estação: Anhangabaú.

Ele desceu do trem e foi rumo ao Terminal Bandeira, ao menos era isso que o mapa do Google indicara. Acontece que a maioria das plataformas de metrô têm duas saídas e, querendo não parecer um paulistano patético que não sabia para onde estava indo, resolveu escolher as escadas para a esquerda. Conhecendo, no entanto, sua falta de sorte, resolveu perguntar para um daqueles guardinhas de metrô qual era saída para o terminal, e é claro que a saída era a outra. Pelo menos ele não tinha passado as catracas. Murphy não fora tão esperto dessa vez, comtabilizou os pontos: Eduardo 1 X Murphy 2.

Resolveu não confiar tanto na sorte dessa vez e perguntar onde ficava o ônibus CEASA, que descia a Nove de Julho, apesar de descobrir ser na última plataforma - o que contava mais um ponto para Murphy - Ele encontrou o ônibus relativamente fácil e até conseguiu ir sentado - ponto para o Eduardo. Ele acabou descendo um ponto depois do que o mapa indicara - Murphy! - mas no final das contas andou menos do que se tivesse descido no anterior - Eduardo! - Apesar de ter andado numa subidinha - Murphy.

Chegou no local agendado para a entrevista, um hotel chique do Itaim. Depois de esperar por meia hora, já que tinha chego cedo - Eduardo - finalmente subiu um lance de escadas e foi rumo a sala de entrevista.

Uma senhora de meia idade com aqueles óculos fundo de garrafa, com uma correntinha de pérolas falsas para pendurar os óculos no pescoço estava a espera de todos na sala. Ela dissera que chamaria um por um para entrevistas e posteriormente estariam dispensados. Na sala tinha umas dez pessoas, e claro que o Eduardo foi o último a ser chamado - Murphy.

- Sr. Eduardo. Bom dia. - A voz dela era extramente irritante e fanha, ponto para o Murphy.
- Bom dia.
- Esta será uma entrevista rápida, onde vamos analisar o seu perfil para ver se ele é compatível com o que a nossa empresa procura.
- Ok.
- Descreva uma situação onde você teve uma idéia genial para resolver um problema.

Eduardo detestava esse tipo de pergunta, como já estava mais pra lá do que pra cá com essas entrevistas bobas de RH, resolveu tocar o "foda-se".

- Bom, uma vez minha mãe estava cozinhando e perguntou se a carne estava sem sal. Pedi que ela me desse um pedaço e degustei. A carne estava boa, disse isso à ela e tivemos um almoço com uma carne bem temperada.
- Certo, Sr. Eduardo. - A velha das perolas falsas tomou notas depois de desfazer a cara de espanto com a resposta. - Teve mais alguma situação?
- Ah, sim. Teve. Uma vez meu pais estava pendurando os quadros nas sala, sabe como são as mulheres, minha mãe estava naquela fase de redecorar, aí ele não sabia como deixar os quadros restos, por que minha mãe tem TOC e ela iria ter um AVC se visse qualquer quadro torto. Daí, eu sentei no sofá e fiquei falando para o meu pai "a ponta da direita mais pra cima, não tão pra cima". E no final todos os quadros ficaram retos.
- Certo, Sr. Eduardo - A senhora tomou notas e perguntou - Em alguma situtação você já ocupou um cargo de liderança?
- Ah, sim! Uma vez chamei meus amigos para minha casa da praia, e fomos em uns 4 carros, eu fui na frente para liderar fila, já que eu que conhecia o caminho.
- Certo. E por que o senhor que estagiar na nossa empresa?
- Porque é uma empresa de grande porte, paga bem, tem bons benefícios, e sei lá. Nunca sonhei em estagiar aqui nem em outro lugar especialmente. Mas se rolar aqui, rolou.
- Ok, Sr. Eduardo. Muito obrigada. Entraremos em contato com o Sr.
- Obrigado e tenha um bom dia. - Deu um sorriso irônico e partiu rumo a sua jornada do transporte público.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Coisa de cinema

Ela subiu no palco com seu vestido vermelho. Ele está sentado ali com outra, mas ela sabe que ele a reconheceu e tentou disfarçar a surpresa.

Ela pega o microfone e aquele som de fundo de karaokê começa, apesar de conhecer a música ele não sabe bem qual é, mas não demora muito pra entender o que ela queria dizer através da mesma:

(...)

'No vão das coisas que a gente disse
Não cabe mais sermos somente amigos
E quando eu falo que eu já nem quero
A frase fica pelo avesso
Meio na contra mão
E quando finjo que esqueço
Eu não esqueci nada...
E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim demais
E é por isso que atravesso o teu futuro
E faço das lembranças um lugar seguro...
Não é que eu queira reviver nenhum passado
Nem revirar um sentimento revirado
Mas toda vez que eu procuro uma saída
Acabo entrando sem querer na tua vida'


(...)

Ele pensa consigo mesmo que ela não mudou nada no seu jeito dramático de ser, apesar de ter deixado aquela menina pra trás e ter virado uma mulher.De fato velhos hábitos não mudam, ela ainda gosta de cantar. Quando a “outra” vai ao banheiro o garçom entrega um guardanapo escrito e diz que veio da mesa seis. Ele nem precisou olhar para o número da mesa, conhecia aquela caligrafia:

“...Não espere nem mais, nem menos que isso. Realmente não cabe mais sermos somente amigos.”

Assim que ele levantou os olhos para a mesa seis para fitar a moça de vermelho - a sua moça de vermelho - reparou que ela estava pagando a conta, apenas uma caipinha, e ao mesmo tempo a sua oficial estava voltando do toilet – achou engraçado pensar em oficial, dava duplo sentido até nos seus pensamentos já que oficial também lembrava alguém superior no exército, e ultimamente seu namoro era um campo de batalha. Enfiou o guardanapo no bolso disfarçadamente.

(...)

Chegando em casa, deu um jeito de ficar sozinho para ler o papel mais uma vez antes de jogá-lo fora. Definitivamente seria a terceira guerra mundial se a Oficial desse por conta de alguma coisa assim em suas mãos. Mas ao desdobrar o papel, viu que no meio dele havia outro, totalmente em branco. “Ela adora os clássicos”. Ela ainda devia assistir filmes a lá CSI e FBI e um papel em branco só poderia dizer uma coisa: Suco de limão. A caipirinha, claro!

A Oficial tinha acabado de ligar o chuveiro, o que dava a ele exatamente 27 minutos de folga. Cuidadosamente pegou uma vela na terceira gaveta da cozinha, e uma caixa de fósforos. Foi até o quintal e deu uma olhada no relógio, 23 minutos. Acendeu a vela, deixou um pouco da parafina cair sobre o chão iluminado pela luz do luar e fixou-a no piso. Ansioso em saber o recado oculto e achando um pouco de graça na brincadeira de detetive começou a passar cuidadosamente o papel pela chama e, como esperava, palavras com aquela caligrafia já conhecida começaram a surgir:

“Você não está jogando xadrez, está apenas empurrando peças. Quack!”

sábado, 9 de outubro de 2010

Esconde-Esconde

Quando gente fala mal de alguém e em seguida essa pessoa passa e a cumprimentamos com aquele sorriso lindo que Deus nos deu...Se finge acreditar ou gostar de algo só por que seus amigos acreditam ou por que está na moda... fique esperto, você está brincando de esconde-esconde.

E não está se escondendo de algo ou de qualquer pessoa, você está se escondendo de você mesmo. Talvez quando você olhe no espelho você esteja vendo apenas o reflexo do que os outros querem ver em você e não aquilo que você realmente é. O que não implica que você tenha que sair todo dia sem fazer a barba, pentear o cabelo ou passar desodorante (é eu sei que imagem não tem cheiro, mas... né?). Só quero dizer que não devemos nos preocupar tanto com o que os outros dizem ou esperam de nós.

O que também não quer dizer que isso é fácil. A sociedade exige, cobra e vai buscar na sua casa seus parâmetros de beleza, inteligência e bons modos.

O melhor jeito de se adaptar à essa guerra contra você mesmo eu aprendi nas minhas aulas de Operações Unitárias. Coloque um filtro na sua porta e de tempos em tempos troque o "bolo" de sujeiras que fica acumulado dentro dele. Deixe passar só o que há de bom...

ps* Acho que agora eu entendi minha nota vermelha nessa matéria.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Home

"Tati, você não gosta de fazer aniversário?"
"Até gosto, mas o fato de fazer aniversário não muda as outras coisas que estão acontecendo na minha vida."

Ela senta na sua cama, abraça o travesseiro e pede pra Deus que tudo passe logo. Eu só queria que essa semana, esse mês, esse semestre acabasse logo. Que chegasse logo o ano novo com promessas de uma vida nova, de deixar o ano velho pra lá. É como se a simples mudança no calendário do mês 12 para o mês 01 tivesse o poder de passar uma borracha em todos os problemas, confusões e sentimentos que estão a atormentando.

Queria poder estar em casa, ligar a televisão e não fazer nada, não pensar em compromissos, obrigações, notas, trabalhos e estágios. Queria sentar a noite pra poder conversar com a família, almoçar na casada da vó e atormentar suas irmãs com piadinhas bobas.

Engraçado como sentimos saudades de coisas que antes eram tão cotidianas que não dávamos o devido valor. Não é que alguém ou algo tenha morrido, mas essa ausência está me matando. E definitivamente não sou o tipo de pessoa que consegue colocar uma máscara e fingir que está tudo bem quando não está. Definitivamente não está.

Nunca pedi tanto para uma semana acabar logo pra simplesmente poder ir pra casa.

Sailed on the Sloop John B
My granddaddy and me
'Round Nassau town we did roam
We'd been drinkin' all night
Well I got into a fight
Yeah and I feel so broke up
I wanna go home

Hoist up the John B sail's
See how the mainsail sets
Send for the Captain ashore
And let me go home
I wanna go home, I wanna go home, yeah
'Cause I feel so broke up, I wanna go home
Yes I do
(He's so broke up, Lord, I wanna go home)

Well Captain's a wicked man
He gets drunk any time he can
And he don't give a damn for grandpappy
No, nor me
He kicks us around
And he knocks us about
Well I feel so broke up, I
I wanna go home

Well pull up the John B's sails
See how the mainsail sets
Send for the Captain ashore
And let me go home
I wanna go home
Well, I wanna go home
'Cause I feel so broke up (he's so broke up)
I wanna go home
(Yes I do)
I feel so broke up
(He so broke up)
Lord, that I wanna go home
Home

domingo, 3 de outubro de 2010

Politicagem

Nunca me senti tão mal por ter que levantar da minha cama num domingo e ter que ir votar. Quando eu fiz dezesseis anos fui correndo tirar meu título eleitoral, pois achava que votar era uma questão de ser nacionalista e fazer a minha parte pra um Brasil melhor. Que bobagem a minha.

Cada eleição que passa a quantidade de palhaços aumenta no horário político, assim como os eleitores que votam nos mesmos. E nós, as vezes, somos brigados a votar no menos pior, como estratégia, para tentar reverter uma situação que um bando de brasileiros completamente leigos nos colocam, dando seu voto para pessoas que tem escrito na testa que não têm o mínimo de competência moral e intelectual pra governar a sua própria casa, que dirá nosso estado, nosso país.

Acho que o Brasil realmente merece essa miséria. O brasileiro é o reflexo dos políticos que elegem.

domingo, 19 de setembro de 2010

Falando Sério

"Mas Tati... Você só escreve post agua-com-açúcar"

Sabe o que é? Eu escrevo para relaxar, e escrever que esse ano é mais fácil uma mulher escolher a roupa que vai sair de primeira e em 2 minutos do que escolher um candidato a presidente. É angustiante saber que pessoas totalmente desprovidas de inteligência vão eleger outras que fazem seu marketing político em cima de coisas do tipo "Vote com prazer". Eu fico extremamente irritada só de pensar que eu tenho que me matar de estudar enquanto gente que mal sabe ler e escrever vai me representar no senado... Ou pior, gente que faz de tudo pra colocar dinheiro no bolso e a educação na lama vai sentar - de novo - nas cadeiras de brasília aprovarem aumentos de salário durante canavais e finais de campeonatos de futebol.

Na verdade eles poderia aprovar essas leis em praça pública que as pessoas ia passar reto e continuar pensando em que pizza vão pedir quando chegar em casa.

"O Brasil é um pais com potencial de Ferrari, mas anda feito um fusca." - Nunca vou esquecer do meu professor de Geografia falando isso com a maior cara de indgnação, tal qual a minha deve estar agora.

Mas não tem jeito, viu pessoal? Enquanto as pessoas continuarem passando de série sem saber escrever o próprio nome, esse pais não vai sair da lama. Educação, senhores... eis a chave da evolução. Gente que luta pelo que quer e não fica a mercê de esmola do governo pra sobreviver não vende o voto por qualquer bolsa de crochê.

E é por isso que eu não escrevo sobre assuntos "sérios".

domingo, 12 de setembro de 2010

Desculpe, me apaixonei.



Eu sei que vivo gritanto a Deus e o mundo que não quero nada com ninguém, e sinceramente sempre que escuto minhas amigas reclamando dos ex-namorados, ex-ficantes, ficantes atuais, rolos e pretendentes à alguma coisa do tipo. Eu tenho mais certeza ainda de que não quero nada disso pra mim, pelo menos era o que eu pensava.

“Mas com você foi diferente, foi de primeira. Quando eu te vi, até me faltou ar.” (Charlie Brown Jr.)

Desculpa! Eu sei que não deveria, eu sei que não queria... eu só sei que paguei minha língua e não consigo mais pensar em outra coisa que não seja te ver. Odeio ficar procurando seu olhar em cada virada de esquina, em cada atravessar de rua. Odeio mais ainda ficar traçando planos mirabolantes para que eu realmente te encontre sem querer na saída do seu trabalho, ou no seu horário de almoço e dizer “Nossa! Só estava passando.”. Soa um tanto quanto paranóico, eu sei.

O fato é que você quebrou todas minhas fronteiras, arrancou tijo por tijolo minha muralha de proteção emocional como se fosse um monte de penas empilhadas, como se eu não tivesse me esforçado tanto para construí-la. Parece que foi simples, que foi fácil e principalmente que você não teve a menor intenção. Mas cá está você, e lá vou eu novamente tentar fechar os olhos para o que está acontecendo. Sei lá... foco nos estudos.

“Esse produto tem dupla ligação, foi formando num meio básico, tinha um halogênio... Então o mecanismo é uma eliminação... Mas será que eu vou ver ele amanhã?”

Pronto, perdi o foco. De novo.

Pra homem é mais fácil. “Uau, que mulher gostosa – não é linda, é gostosa – eu pegaria ela, mas vamos voltar ao futebol.”.

O fato é que eu tinha me esquecido como era me sentir tão frágil, sentir esse frio na barriga quando penso em alguém, as pernas bambas, querer ele, e somente ele.

-- Trilimm –

- Alô?

- Tati, ele eu vi ele no shopping com aquela vaca que se dizia minha melhro amiga! E ele estava usando a camisa que eu dei pra ele no nosso aniversário de namoro (...)

--- 3h depois ---

Er.. .sobre o que eu estava falando mesmo? A é! Hoje tem jogo do brasileirão.

“Aqui tem um bando de louco, louco por ti Corinthians!”

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Adoro o inesperado

Só postanto pra dizer que o engenharíadas 2010 superou o 2009 .. e que já estou contando os dias para o 2011.

Acho incrível como minha vida é uma montanha russa... e sei lá. Tô feliz e ponto. Sem inspiração nenhuma para escrever algo que preste.

So sorry!

=]

domingo, 22 de agosto de 2010

Boulevard (Parte II)

Para ler a primeira parte clique aqui

- Mas então, conta daquele baterista que você comentou outro dia, Déia. Estou curiosa! – Disse Bia voltando-se para a garota que havia pedido uma Devassa.

- Ah é, nunca mais falei dele... Mas vou ter que contar tudo desde o começo também, nem todo mundo tava sabendo.

- Pera, é AQUELE baterista que a gente estava fuçando no Orkut outro dia? – Estranhei o espanto da tal de Jessy.

- É, ele mesmo!

- Mas ele não tinha namorada? – O tom da voz era sério, e vinha da Stra. Intelectual, a do Martini.

- Tinha sim, Kate. – Ah! Era ela que tinha ao arroz sem sal - Mas faz tempo que ele terminou com ela. Pra falar a verdade eu não sei bem quem terminou, mas acho que eles nem se falam mais. Aliás, ele não só não está mais com aquela menina, como já namorou com outra e terminou também.

- Mentira! Mas também, faz quanto tempo isso? Uns dois anos que a gente falou dele pela primeira vez, né?

- Sim, foi na época que a Bia namorava aquele cara de outra cidade, não era? Onde mesmo que o cara morava? Jaguariúna?

- Jaguariúna? Isso é nome de cidade ou daqueles monstrinhos de desenho japonês? – Disse Jessy rindo alto.

- É, era lá mesmo. Mas será que dá pra não me envolver nessa história? Deixa o falecido em paz.

- Falecido? O cara bateu as botas? – Tava ai uma pergunta que eu me fiz na hora. Obrigada à garota que pediu um Sex on the Beach.

- Por mais que às vezes eu tivesse desejado que ele tivesse partido dessa pra melhor – bateu na madeira antes de prosseguir – ele não morreu, não. Falecido é só um termo carinhoso pra tratar ex-namorado. Esse em específico.

- Tá, mas afinal... e o baterista? – Isso Kate, volta ao rumo da conversa que agora até eu fiquei curiosa pra saber sobre o tal baterista.

- Que baterista, gente? Alguém me situa! Fiquei muito tempo fora... Não é possível que aconteceu tanta coisa. – exaltou-se a garota da Devassa.

“Ok, eu começo do começo. Outro dia estava com a Jessy na casa da Kate e caímos nos Orkut dele não sei por que. Era amigo em comum de alguém, no mínimo. Mas na época eu estava namorando e ficou por isso mesmo, só mais um cara que parecia interessante. E não demorou muito tempo para a Kate me chamar pra ir no aniversário de alguém, por que ela não queria ir sozinha. Vocês me metem em cada uma! Imaginem, eu nem conhecia o aniversariante e estava indo de bicão na festa dele... Que mico.”

- Ah! Pára. O cara é gente boa. Nem ligou de você ter ido lá.

“Mesmo assim, é falta de educação. Mas pelo menos a comida estava boa. – Risos – Depois de um tempinho que eu cheguei eu reparei naquele cara do Orkut. Ele estava com a namorada lá, mas e daí? Olhar não tira pedaço, meu ex-namorado que não me escute, mas de qualquer forma eu estava completamente na do meu ex e nesse dia não rolou nada. E o cara era mais baixinho do que eu imaginava, mas eu só estava olhando. Passou um tempão, a Jessy me convidou pra ir numa festa da faculdade dela, nessa época eu estava recém solteira e queria mais era enfiar o pé na jaca...”

- Enfiar o pé na jaca? – Disse a Bia com muito esforço dentre as gargalhadas que dava – Com quem você aprendeu essa? Nem minha vó fala mais isso.

- Ah! É só expressão, para de ser chata – Déia não se conteve em cair na risada junto com as amigas – Posso continuar a história ou não?

- Pode, mas dessa vez usa um vocabulário mais moderno, vai!

“Tá, eu fui na festa com a Jessy, e lá eu dei de cara com o baterista. A gente acabou ficando e tudo mais. Aliás, vocês não sabem o que aconteceu... Fica quieta Jessy, deixa eu contar – disse quando percebeu que Jessy ia abrir a boca pra dizer algo, pela cara dela eu acho que era para se defender do que viria da amiga – Uma amiga da Jessy começou a passar mal, e lá fui eu ser solidária ajudar a garota, pior que não contente em passar mal ela começou a falar do cara que ela gostava, que ele não dava bola pra ela, que ela ainda amava ele. Sei lá, acho que existem dois tipos de bêbados, os engraçados e os depressivos. Definitivamente ela estava no grupo das depressivas. Sabe, se for beber não dirija, e se não agüenta bebe leite. Mas enfim, essa foi a primeira vez que eu fiquei com ele. A gente começou a conversar por MSN depois - é meninas, MSN é o telefone do século 21 - e não é que o cara tinha conteúdo? Vocês sabem que eu gamo em pessoas inteligentes, e com ele o assunto rendia e o tempo voava. Mas tinha alguma coisa podre ali, sempre que a gente marcava de se ver alguma coisa dava errado. Soou o alarme para cafajeste, mas talvez eu tenha percebido tarde demais, já estava um tanto quanto envolvida por aquelas conversas e mimos.”

- Pelo menos esse tomava banho com Sazon, né? – Lamentou Jessy.

- Eu ainda não terminei a história.

- Sinto cheiro de coisa podre vindo por aí. – Disse a tal de Lu enquanto fingia que cheirava algo no ar. Essa cena causou risos entre as amigas, mas por fim a Déia continuou a história.

“Em um desses dias no MSN, ele entrou, mas tinha mudado a foto de exibição. Era ele dando um beijo no rosto de uma menina. Fiquei em choque, a gente estava no maior clima, conversando no MSN e do nada ele.... estava namorando.”

- Que canalha! Mas esse “maior clima” era verdade mesmo, ou você que se enganou?

“Não, estava mesmo. Eu relutei – comigo mesma – pra me dar essa chance de começar a gostar de alguém depois do, como a Bia disse mesmo? Do meu “falecido”. Mas ele me passou confiança e eu resolvi deixar acontecer, mas esse namoro relâmpago me pegou de surpresa. Embora a Jessy sempre tenha falado que ele tinha fama de galinha e cafa. O fato é que resolvi que não ia mais falar com ele. Podia soar infantil e tudo mais, mas achei que seria melhor assim, para eu não me machucar, por que apesar de ter começado a namorar ele ainda falava que gostava de mim, e que estava confuso e coisa e tal.”

- E você caiu nessa conversa fiada? O meu alarme pra cafageste já teria queimado de tanto se esgoelar tocando e piscando a luz vermelha.

- Eu cai e não cai, o cara parecia ser mesmo legal, e vai saber o que estava acontecendo na vida dele, e se ele fosse diferente?

- Se ele fosse diferente? Qual é, eles são todos iguais. Não estão nem um pouco preocupados com a gente, só pensam neles e ... – Disse Bia já virando seu copo. – Garçom, me vê um copo de vodka com gelo.

- Ai amiga, o que aconteceu?

- Nada, deixa pra lá. Termina de contar do cara lá.

“Err...Bom. O fato foi que eu parei mesmo de falar com ele. Teve uma vez que ele apareceu falando que ia terminar com a namorada por que ele percebeu que gostava de mim e tinha feito a escolha errada...”

- Claro que fez a escolha errada, uma morenaça com um sorriso lindo desses!

- Pois, é. Apesar da puxação de saco eu continuo – Disse Déia rindo.

“Eu não acreditei que ele ia terminar mesmo com a namorada, por que eu já estava com o pé atrás com ele, mas ele realmente terminou. Aí ele me ganhou, né? Fiquei toda boba, sai com ele mais um vez. Mas fiquei meio assim, por que ele ainda tinha a foto da namorada no celular, ainda usava um anel que ela tinha dado pra ele – não era aliança, era só um anel – mas tudo bem, né? Fazia pouco tempo que ele tinha terminado, eu não podia chegar causando na vida do cara, todo mundo tem um passado e se você quiser ficar com alguém tem que levar o pacote completo e não uma fração da pessoa.”

- Falou bonito – disse Kate – mas eu não seria tão compreensiva quanto você.

“É, eu sempre tento pensar no outro lado da história, e tentar não pensar sempre no pior motivo possível pra tal ou tal coisa ter acontecido ou tomado aquele rumo. Mas no final das contas ele começou a sair com outras meninas, e disse que não queria se sentir preso agora, por que ele tinha acabado de sair de um relacionamento, mas ao mesmo tempo ele dizia que gostava muito de mim que eu era especial ...”

- Como dizia meu pai: Especial é pastel de feira. Não adianta nada o cara ficar falando mil coisas pra você e não agir como tal.

“Eu sei, mas não foi assim de imediato que eu desencanei. Sabe como mulher e trouxa quando gosta de alguém, né? Sempre que eu ia falar de alguma coisa que eu não estava gostando ele contornava a situação e eu acabava me sentindo a malvada, aquela que ficava pegando no pé, Maria-chiclete... essas coisas. Mas foi passando o tempo e ele foi me colocando na geladeira, isso sem a gente ter saído mais vezes. E se querem saber com o tempo aquele cara cheio de conteúdo que eu tinha gostado, foi perdendo a graça e também o conteúdo. O dia que eu recebi uma mensagem dele que estava escrito “Gata” eu desencanei de vez. “

- Gata e princesa são broxantes.

“Concordo, e os assuntos com ele foram ficando assim também. Não tem mais aquelas teorias mirabolantes e referências históricas como tinha antes. Acho que tanto “não fode, não sai de cima” acabou miando até a nossa conversa. E sendo assim, como no começo me interessei por ele por causa das conversas... atualmente eu estou completamente desinteressada pela falta delas e também pela quantidade de vezes que eu fui “compreensiva” e nunca tive retorno nenhum.”

- Amiga, eu acho mesmo é que ele te deixou na geladeira, num daqueles potinhos que a gente esquece na última prateleira, e quando lembra e bate aquela vontade de dar uma beliscada, a pessoa que mora na mesma casa que você já deu um fim no potinho e você nem percebeu. – Sábia metáfora de Kate.

- Muito bem colocado – Espera, foi o que eu disse. Às vezes acho que estou me envolvendo demais com essa garotas – E de fato, agora estou saindo com o Mário. E acho que a gente vai dar certo. Ele é um fofo.

(Continua ...)

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Continuando aqui só porque um dos meus "amigos-leitores" pediu a continuação. ;)

sábado, 21 de agosto de 2010

Crônicas - Suspense


Cheguei em casa com o coração na mão, não acreditava no que tinha acabado de acontecer. Será que eu conseguiria guardar tamanho segredo? Não foi culpa minha, eu não queria que terminasse daquele jeito, não que eu nuca tivesse pensando em fazê-lo, mas quem é que nunca teve essa idéia nos seus momentos de insanidade, só nunca pensei que fosse chegar a tanto.
Eu precisava contar para alguém, aquilo não estava cabendo dentro de mim, e se ficassem sabendo? O que iriam pensar? Eu não queria.... Eu juro.
Tentei desviar disso todos os dias, fiquei tentando bolar outros planos, outras estratégias, mas essa era tão convidativa, e sinceramente era tão mais simples e fácil.... Mas, meu Deus, o que foi que eu fiz! Como pude?
Se acalme, respire... Vai dar tudo certo... Isso não muda quem você é, tudo que você construiu até hoje não pode e não vai desmoronar por conta de uma fraqueza, por um momento, minutos, segundos.
Eu preciso esconder as provas, disfarçar as evidências... Aquele monte de seriados CSI que eu tanto gosto de assistir devem servir pra alguma coisa. Mas sempre tem um gênio a favor do outro lado que vai descobrir a agulha no palheiro. Eu não tenho escapatória...
- Telefone -
- Triliiim!!!
- Alô?
- Oi...
- Que foi, que voz é essa? Acabou de subir as escadas? O que aconteceu?
- Não, não foi nada disso. Você não vai acreditar no que eu fiz....
- Que foi? Ficou com alguém?
- Não, pior....
- Deu pra alguém?
- Pior...
- Fez um vídeo pornô?
- Pior ...
- Ai, não me assusta desse jeito. Bateu o carro?
- Ah! Pelo menos esse eu poderia pagar pra arrumar a bagunça, mas não...
- Atropelou? Matou? Bebeu?
- Não, não e não ...Mas talvez beber ajudasse.
- Você não....?
- Sim.
- Mas, eu já...
- Não aguentei, eu sei que é errado, que eu não deveria, que isso me rebaixa, que parece que estou correndo atrás, que é pior que matar alguém ou trair o meu país....Mas hoje eu disquei o DDD.
- Você não fez isso...!
- Pior, disquei os quatro primeiro números.
- Você não tinha deletado?
- Eu ainda lembro.
- Você não deveria ter feito isso, e se não tivesse se controlado e digitado todos os números.
- Eu sei, eu poderia ir para o inferno! Falar com ex-namorado é crime, cadeia sem fiança. É pior que massacre.
- Você sabe como são as leis. Se alguém descobre...
- Se Hitler tivesse ligado pra ex-namorada, seria pena de morte, e não somente exílio. Eu sei, estudei história.
- Limpa o celular com álcool, sei lá... Troca de aparelho.
- Estou me sentindo péssima. Onde eu estava com a cabeça?
- Mas pra que você se arriscou tanto? O que tinha que falar pra ele de tão importante?
- Ah eu ia falar que ... Ih! Esqueci.

sábado, 14 de agosto de 2010

atm, bar, Pascal...

Eu tenho a leve impressão de que só o fato estar em período letivo acaba com as minhas energias.

Mas a aulas começaram e eu já estou com vontade de ficar na cama o dia inteiro. Não sei se já comentei isso aqui, mas o fato de morar fora me faz valorizar muito mais o tempo que passo com a minha mãe, meu pai, minhas irmãs e com a minha cama.

Estou em uma reviravolta de achismos e sentimentos que quando eu acho que entendi tudo que está se passando, tudo muda de novo e eu não sei de mais nada. Poderia definir como mais uma das minhas "evoluções" (ou confusões). Mais uma vez preciso tomar decisões que tenho medo de tomar, por simplesmente não ter o total controle da situação, ou por esta não depender apenas de mim.

Tenho deixando de fazer muita coisa com muita gente que eu gosto por estar extremamente esgotada, ou falida, ou presa a coisas da faculdade. E eu não acho isso legal, estou procurando a Tati que surgiu ano passado pós termino de namoro, que topava ir para todos os lugares não importando dia, música ou hora pra voltar (Só do dinheiro gasto, como sempre!). Eu não sou mais "madeira pra toda obra" (madeira, porque "pau" é muito feio de se escrever, ops... já escrevi!).

Prioridades, acho que essa palavra está resumindo bem meus devaneios. Estou impondo PRIORIDADE às coisas que acontecem a minha volta. E pelo amor de Deus, Jah, Buda... Não comecem a história "você gosta mais de fulano do que ciclano" como amigo. Eu gosto mais é da minha mãe, e nem com ela eu tenho tido tempo de conversar direito. Que dirá com o meu pai!

Uma das minhas amores dificuldades é tentar manter minhas amizades todas no mesmo nível de atenção, mas sempre fui incapz de fazer isso e de explicar que todos meus amigos são importantes, cada um a seu modo, mas nunca mais ou menos especiais que os outros. Nunca poderia esquecer "aquele dia" que passei com cada um... "aquele acampento" ..."aquele dia na aula da Terezinha" ... Eu amo todos vocês. Juro!

Ah, sim! Se você tá aqui e nem me conhece ou acha que conhece, um grande troféu joinha pra você e pra tudo aquilo que acha que sabe sobre mim. Dica: você não sabe, mesmo. Dica²: Compre um espelho.

Não revisei o texto mesmo, não estava afim....

sábado, 7 de agosto de 2010

Generalizando


Tenho um amigo-leitor que não perde a oportunidade de me chamar de feminista e generalista por causa dos meus posts "mamão com açúcar" e de estórias infelizes sobre alguns infelizes que apareceram na minha vida (perco o amigo, mas não perco a piada ;]).... E eu disse que iria escrever um post pra ele, aqui está.

Sou o tipo de mulher que fala palavrão, gosta de futebol, carros e faz engenharia, daí meus argumentos para não ser taxada como feminista, diria até que sou um tanto quanto machista. O fato é que além disso sou observadora e gosto de escrever sobre coisas que analiso nos meus devaneios. E para explicar qualquer coisa analisada, utilizo da "ferramenta" generalização.

O mundo é generalizado, a física, a engenharia, os livros de psicologia. Tudo é o que parecer ser até que se prove o contrário. Até aqueles que possam se sentir ofendidos com as minhas observações já postadas não podem generalizar e dizer que NUNCA fizeram ou presenciaram nada parecido.

"Todo homem já teve sua fase cachorro." - Disse uma amiga minha no meio de uma das nossas discussões sobre o tema.

E ai daquele que ousar dizer que sempre foi santo, vamos colocar a mão na consciência e pensar naquela mulher que já derramou lágrimas por você. Assim como não posso tirar o meu da reta e dizer que sempre fiz tudo sobre os conformes. Eu já dei minhas mancadas aqui e ali, apesar de que (#DramaModeOn) no placar geral eu sempre acabo me f***. Na verdade todos nós buscamos dizer para o mundo que somos diferentes, enquanto somos mais parecidos do que pensávamos, humanos e ponto final.

Como poderia explicar? É como quando é realizado um experimento de física que deveria resultar em uma reta, mas ficou um ponto ou dois fora da mesma. Nós traçamos a reta que melhor representa aquele fenômeno físico, e é isso que eu faço nos meus posts. A partir de dados empíricos (nem sempre meus) eu analiso, comento e geralmente desabafo.

Adoro críticas, elas sempre rendem um post!

A vida surpreende

"Já percebeu que andamos por uma rua e não vemos as árvores ao nosso lado ou o passarinha cantando?? estamos centrados em nossos objetivos e nos limitamos a eles? Pessoas acelaradas como nós perdem certos detalhes por impaciência, mas tudo estava lá, de uma forma confusa, mas estava lá. Também demorei para ver certas coisas, mas a vida surpreeende..."

- Magda Ap. Baria (vulgo minha mãe)



É, deve ser genético. Amo!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Boulevard (Parte I)

O Boulevard era um bar bem peculiar, a iluminação parecia com as luzes de motel, bem fracas e sedutoras. As cortinas eram vermelhas, a decoração em madeira escura com curvas suaves. Cada mesa redonda tinha uma luminária suspensa sobre ela, e a sua volta 5 cadeiras estofadas com um camurça vermelho. A casa em si tinha um ar de coisa antiga, mas quem a freqüentava estava na flor da idade. E por lá sempre saia uma história nova, prato cheio para qualquer escritora como eu. E eu estava lá tomando minha cervejinha e colocando uns apontamentos em dia, como quem não quer nada quando chegou um grupo de amigas, sentaram-se a minha frente:

- Uma Coca-cola com Vodka , por favor. – Disse primeiro a loira com franjinhas. Cabelo mediano. Parecia a mais nova de todas.

- A Cuba Libre daquelas que não bebem e querem mostrar ao mundo que estão fazendo coisa errada. Né, Bia?

- Ah, qual é?! E o que a Srta. Intelectual vai pedir? – Disse a loira de franjinhas que eu descobrira se chamar Bia.

- Um Martini, por favor.

- Certo, e a Srta. deseja... ? – Se dirigiu o garçom a uma terceira com os cabelos compridos e longos ao lado da Bia.

- Uma tequila, pra começar. E você Lu?

- Tequila logo de cara? Essa é a Jessy que eu conheço! Vou querer um Sex on the Beach. Estou “de boas” hoje. – Disse a quarta garota, que estava de costas para mim.

- É, se logo no começo não for bom... É melhor nem continuar – Disse Jessy.

- Eu vou ficar numa Devassa, então. Alguém tem que beber um fermentado nessa mesa. – Era a escolha da última garota sentada na mesa.

- Mas então... – disse a garota da Martini quando se dirigiu a Jessy. – Conta daquele cara, você disse que foi num show dele, e aí?

“Ah, vou começar do começo por que as meninas ainda não sabem de tudo. Todo mundo diz que cara de banda é aquela coisa... Galinha que dói. Eu conheci esse num show que uma amiga minha da empresa me arrastou. Confesso que não esperava muito do lugar e da banda quando eu fui, mas assim que ele subiu no palco... GAMEI! Ele tem um estilinho todo moderninho, e parece ser super tímido, nossa. Certeza que adicionei ele no Orkut, comentei na foto e tudo mais... Estava louca pra puxar assunto com ele, saber como ele era fora do palco e aquela loucura de banda. Ele parecia ter conteúdo, sabe? Fiquei instigada a conhecer ele. Fui em outro show dele, no finalzinho pedi uma palheta e fiz uma coisa que nunca tinha feito na vida. Peguei meu telefone e dei um jeito de entregar pra ele. Me senti fazendo a coisa mais errada do mundo, mas e daí?! Vai que meus cinco minutos dessem resultado mais tarde. O fato é que fui dormir na casa da minha amiga depois do show, de manhã a gente foi tomar café e eu deixei o celular no quarto. Quando eu subi, tinham cinco chamadas não atendidas no meu celular de um número privado. Surtei! ....”

Jessy interrompeu a história e levantou o braço:

- Garçom! Garçom!

- Deseja alguma coisa?

- Na verdade sim, você pode trazer uma porção de fritas com aquele tempero que tem limão, não sei qual o nome mas ...

- Sim, sim .. sei qual é. Já trago.

- Fritas? Que gordinha! Tem que parar a história pela metade pra pedir comida? Tem certas coisas que não mudam mesmo – disse a garota da Devassa.

- Ok! Não imaginei que estava tão interessante assim, e eu estou com fome...é pecado?

“Bom, tinham lá as cinco chamadas não atendidas. Mas não tinha como e retornar a ligação... mas tudo bem, no final das contas era só a histérica da Jessy querendo falar comigo. Mera ilusão a minha achar que ele ia ligar no dia seguinte. Fui para casa, fiz a janta, vi um filme... e resolvi que ia dar uma olhadinha no Orkut. Quando eu abro a minha página... Meninas! Vocês não acreditam em quem tinha me deixado um depoimento!”

- Mentira que era ele?!

- Era! Acredite! Você tinha que ver a minha cara!

- Certeza que você ficou com aquela cara de tonta, como sempre! Mas e aí? O que tinha no depoimento?

“Ele me deixou um depoimento pedindo meu MSN, dizendo que por lá a gente poderia conversar melhor. Surtei de novo. Nem acreditei que o lance do telefone tinha dado certo, não como eu esperava, mas tinha dado um resultado... Ele sabia que eu existia. Mas acabou não dando certo ...”

- Como assim? Do nada? Não deu certo por que?

- Ah, só não deu certo.

- Começou termina! Depois te conto de um baterista que apareceu na minha vida uns tempinhos atrás... Mas só se você terminar essa história direito.

“Eu adicionei o cara no MSN, e vocês sabem como eu sou, não consigo ficar esperando o cara tomar atitude, vi ele online um dia... E nada dele vir falar comigo, no segundo eu puxei uma conversa, mas terminou no “Tudo, sim, e com você?” “Tudo bem também”. Outras vezes eu consegui estender a conversa, colocar um pouco mais de tempero no garoto, por que nem o arroz da Kate tem menos sal que aquele cara no MSN. Por fim, fui em outro show dele, claro que no MSN eu achava que tinha dado altas indiretas pra ele e tudo mais, mas no show o máximo que ele fez foi me cumprimentar, porque tinha que passar por onde eu estava com um grupo de amigas...”

- Ah, grupo de amigas? Suas amiguinhas do trabalho, é? Tá trocando a gente?

- Para de ciuminho besta!

- Não, por que agora você só sai com elas, esqueceu da gente.

- Eu estou com elas agora? Não, né? Eu não tenho namorado pra ter DR, mas vocês tapam esse buraco bem até demais! Que coisa... Posso continuar a história?

- É que a gente sente sua falta, chata! Vai Continua.... E meu arroz não é sem sal!

“Se o seu arroz tem sal, o cara não tinha... Nem Sazon resolve. O fato é que me produzi toda para encontrar com o dito cujo, e ele nem pra vir falar comigo. Fiquei sem entender nada, pra que que ele veio pediu meu MSN, se deu ao trabalho de me responder no MSN? Bom, eu não me dei por vencida e apostei que ele era tímido. Um tempo depois do fiasco do show eu estava bom humor e resolvi puxar conversar com ele, até que fui levanto a conversar até um ponto que era só ele marcar um lugar pra gente sair. Ele disse “Já volto” e não disse mais nada.”

- Aff, mentira? Então pra que o cara pediu seu MSN?

- Sei lá, vai que ele pediu o MSN dela e depois viu que ela era chata?

- Ai, sua insensível! Claro que não, ela é um amor de pessoa.

- Chata ou não, eu sei que ele não veio mais falar comigo, e eu também não fui mais tonta de ir falar com ele. Eu tentei, mas ele será eternamente o cara mais “sem sal” da minha lista de contatos.

Risos.

(Continua, algum dia ...)