"A Matemática pura é, à sua maneira, a poesia das idéias lógicas.” (Einstein)

domingo, 28 de novembro de 2010

Me leva



Não quero saber pra onde, não quero saber como. Só tem que ser agora.

Me leva pra bem longe daqui, pra longe dos meus problemas, das minhas inseguraças, das minhas lembranças... Só me leva.
Eu posso mal te conhecer, mas sei que qualquer lugar é melhor que essa solidão. Qualquer pessoa, qualquer gota de cor-de-rosa é melhor que esse preto e branco.

Já comecei a descascar meu esmalte, a roer as unhas. Estou inquieta. Por favor, me tire daqui!

Será que você não percebe o desespero na minha voz? Será que você não percebe que essa escuridão está me engolindo, me apagando aos poucos?

Não vá embora agora, não me deixe aqui. E se tiver mesmo que ir, me leva?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Parando pra pensar

Talvez seja mal de libriano pensar demais e (tentar) analisar todas as hipótes e rotas. Tá, a palavra rotas me lembra dolorosamente "rotas sintéticas" que me lembra da minha prova de Orgânica 2. Vamos mudar a abordagem.

Eu realmente tenho medo quando começo a pensar nas possibilidades que vejo, e tenho certeza que tenho aquele famoso "dedo podre" por que eu sempre olho as rot... alternativas mais bizarras e no sense que eu poderia enxergar.

O fato é que chamou minha atenção? O que posso fazer?

Estava ali o tempo todo, quietinho no cantinho dele - quietinho não é a melhor palavra - mas enfim... Sabe quando você pára, entorta a cabeça pra olhar de outro ângulo, analisar e solta aquele: "É...interesante, quem sabe?"

- Não, não, não! Não vai dar certo por N motivos que eu poderia listar por ordem alfabética, começando pelo fato de que ele não está disponível no mercado. E que saco Tati! Muda o disco, você não sabe escrever sobre outra coisa?

- Saber eu até sei e aceito sugestões, mas não dispertará essa vontade de escrever como esse tipo de assunto.

sábado, 20 de novembro de 2010

Só hoje

Hoje eu não vou tomar meu remédio pra anemia.
Não vou pra farra, muito menos pra folia.
Hoje, não quero saber de academia
Só casa, sofá, filmes e minha melancolia.

Eu quero me acabar aos prantos
quero gritar ao mundo e aos quatro cantos
Tentar rezar para todos os santos

Quero correr pro seu abraço
me fazer em pedaços
Quero que meu coração pare de bater
de contorcer e de se remoer

Por que sem você não há rima
Não há planos pro futuro,
não há lógica, não há vontade.

Não tem um amanhã, nem depois, depois ...


sábado, 13 de novembro de 2010

Indiferença. Onde vende?

Queria saber aonde se vende indiferença, aonde certas pessoas tem o botão “del” pra ver se o meu também não está por ali. Também queria saber onde compra o sorriso e a conversa fiada pra usar quando você não vai com a cara de alguém e tem de usar da boa educação que mamãe lhe deu. Pra mim isso não passa da mais pura falsidade, mas...

Eu queria saber não me importar. Passar reto e não apenas fingir que não ligo, mas realmente sentir que não faz mais diferença, que na verdade nunca fez mesmo. Queria que quando meu telefone tocasse meu coração não acelerasse, que quando eu sentisse aquele perfume eu não virasse o pescoço pra saber quem é. Eu queria que minha “memória sentimental” fosse tão ruim quanto à auditiva.

Não é possível que todo mundo leve isso na maior naturalidade, que a resposta de uma equação linear tenha mais de uma resposta para duas pessoas. Talvez seja por isso que, as vezes, o mundo das exatas seja tão mais simples (Química Orgânica não é exatas). Por mais que eu não entenda alguma coisa, tem sempre alguém que entende (geralmente meu professor de FT) e pode me explicar. Mas se eu não entender Ele ou ela, ninguém nesse mundo vai me fazer entender.

Talvez seja esse o problema: pensar demais, querer entender tudo. Ter esse pezinho em história que não me deixa esquecer nada, nenhum detalhe – detalhes visuais por que, como eu disse antes, minha memória auditiva é péssima.

Se eu não posso comprar indiferença, talvez eu possa vender saudades e vontades.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Diário de um amargurado

Eu sou o emprego que eu não consegui, sou o beijo que pensei em roubar e não tive coragem. Sou o primeiro Amor jogado ao vento que simplesmente era pouco e se acabou, sou todos os “não” que levei em troca das minhas tentativas de dar um fim na solidão. Eu sou a personificação da solidão.

A mensagem de bom dia que nunca foi mandada, eu sou a espera de dias melhores que nunca chega, as notas vermelhas do meu boletim, sou o vestibular que eu não passei porque não era inteligente o suficiente.

Sou o coração partido quando vi minha menina com o Ricardão da escola, quando vi o amor da minha vida com a minha melhor amiga, eu sou a angústia que brotou da descoberta de uma amizade falsa, eu sou a vergonha de sentir usado por alguém.

A saudade de quem nem lembra seu nome, a sensação de inferioridade quando alguém consegue algo que eu queria, eu sou a inveja da sua nova namorada, eu sou a vontade de estar no seu banco do passageiro.

Eu sou aquele que espia enquanto ele te pega em casa, sou o garçom que serve o vinho para a moça que devia ser minha e está com outro. Eu sou a música que você fez pra ela e não pra mim.

O pedido de volta negado, sou a aliança com o nome errado, sou o pai do filho que deveria... que eu gostaria que fosse ... meu e seu.

O azar de um espelho quebrado, a lei de Murphy quando se está atrasado, a carta que nunca chegou ao remetente, a briga com o irmão mais novo por causa do carrinho vermelho.